sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A repercussão das raves na mídia


Ao que tudo indica as raves parecem ter definitivamente ter saído do underground para cair na mídia. Desde o dia 13/02/05 com uma matéria sobre as raves apresentada no programa Domingo Espetacular da Rede Record, a palavra “rave” teve seu significado distorcido e a cena sofreu um certo tremor (lembram da matéria da Globo em 2002 depois do Celebra Brasil 2??).A reportagem de formato tendencioso, dizia que essas festas eram locais de pura libertinagem juvenil, onde as drogas e sexo rolam livremente, sem qualquer intervenção ou fiscalização por parte de autoridades. O que a rede Record fez foi apenas mostrar os aspectos negativos dessas festas e que com certeza não se limitam somente a estas e sim a quase todos os locais de diversão, sejam eles pagodes, micaretas, boates ou até mesmo inofensivos churrascos, isso sem contar o carnaval, que é o maior festival sazonal, aparecendo em todas as emissoras de tv e ocorre em todas as cidades brasileiras. Com textos sensacionalistas como "o amanhecer da rave tem cheiro de maconha” e depoimentos de ex-viciados que freqüentavam raves, a reportagem teve a intenção de desmoralizar um tipo de festa onde existem pessoas e empresas sérias trabalhando e tem patrocínio de grandes empresas, generalizando inclusive que todos que freqüentam e produzem são usuárias ou tolerantes ao uso de drogas. Em um dos principais veículos de divulgação e troca de idéias sobre raves na Internet no Brasil, o Orkut, esse golpe foi sentido. A repercussão causou a apreensão e revolta das pessoas que estão cadastradas em várias comunidades que tratam do assunto (leia o depoimento no final da matéria) Um grande problema gerado por esse tipo de reportagem é a impressão criada de que as raves são eventos que giram em torno das drogas, marginalizando os freqüentadores de raves como usuários. A verdade é que, a grande maioria das pessoas freqüentam as raves por gostarem do som, para encontrar os amigos, por apreciarem a vibe desse tipo de festa e/ou por se sentirem parte daquela cena. A reportagem deixou muitos pais de cabelo em pé e muitos jovens inocentes de qualquer acusação estão sendo proibidos de ir a raves. Mas ai vem a pergunta pertinente do momento e que a mídia ainda não quis explorar, talvez por falta de interesse ou por que não dá ibope: onde esta o contra-ponto? Em nenhum momento foi mencionado que nas raves a ocorrência de brigas é minúscula e muitas vezes nula, ou então onde até a mais reprimida das pessoas consegue se soltar e fazer amigos, onde as boas e grandes organizações conseguem trazer artistas de excelente qualidade, onde há o contato com a natureza, onde há festas que conseguem mobilizar pessoas do Brasil inteiro? Quando se quer obter ibope, usa-se o sensacionalismo e generalizam os fatos para denegrir a imagem destas. Os aspectos positivos são deixados de lado, são desinteressantes para o público em geral, e por isso não geraria a audiência pretendida. Estaria sendo hipócrita em dizer que não há drogas em raves, assim como existem em colégios, empresas e até mesmo em instituições do governo... afinal aonde não há?? Outro ponto importante a ser ressaltado, é que como festas relativamente caras, as raves são freqüentadas geralmente por pessoas de classe média e alta, que trabalham, estudam, fazem faculdades, tem metas e planos de vida e não por um bando de perdidos em busca da próxima dose, como apregoou a dita reportagem. Esse site tem como objetivo divulgar raves e ressaltar o lado positivo delas e, enquanto acreditarmos nestas idéias, estaremos apoiando o trabalho sério dos diversos organizadores de festa, trazendo informação de confiança e promovendo campanhas anti drogas. Vamos assim defender veementemente essas festas que todos nós tanto gostamos. Por último temos o depoimento do criador da comunidade “RAVES” do ORKUT, Mauro Fernandes, sobre a reportagem: “Bom, sobre as raves eu acredito que este tipo de reportagem só quer enxergar o lado sensacionalista, o que dá ibope mesmo, primeiro foi com o FUNK nos morros (onde a TV dizia que "quem vai em baile funk vai para fazer orgia"), depois o alvo da mídia foram as festas RAP ("festas de muita violência, onde todos vão armados") e agora infelizmente é a nossa vez, com o jargão "quem vai em rave, vai para se drogar". Eles ganham ibope, nós nos ferramos e quem assiste e não conhece, (telespectadores) ficam com a idéia do que eles passam. Só aspectos negativos. Poderiam mostrar que estas festas juntam milhares de pessoas que gostam de dançar, fazer amizades e que todos se respeitam. Não mostram o belo trabalho artístico que os DJ´s produzem. Não há uma única confusão. Isso eles não mostram. Não daria ibope. Nem dinheiro. No caso específico na rede RECORD, eu fico ainda mais puto da vida porque a igreja universal (que manda na RECORD) faz parecer que tudo o que eles pregam é a verdade absoluta, uma verdadeira manipulação da massa. É aí que lanço pergunta: nunca fui em um culto religioso, quem vai é para sofrer exorcismo? Parece-me ,aliás, quem vai tem demônio no corpo e pecados na mente ? Isto daria uma bela polêmica não? Bom, quanto à comunidade Raves, eu realmente não estava 100% presente para saber tudo que estava acontecendo por lá. Depois da reportagem fiquei ciente que eu tenho um canal de comunicação e expressão que precisa de cuidados pois estava sendo mal utilizado. Pior. Foi utilizado CONTRA nós. O propósito NUNCA foi de fazer apologia à drogas, assim como NENHUMA rave tem este propósito. O problema é que muitas das pessoas que escreveram besteiras (e a maioria das que foram mostradas na reportagem) eram o que chamamos de "bogus", ou seja, pessoas que criam falsos profiles e entram nas comunidades (não só a Raves) para fazer estardalhaço. Depois disso, fiquei assíduo, bani e continuo banindo todos que fazem apologia à drogas e apago todos os tópicos relacionados. Não gostaria que fosse assim, mas por causa desses "bogus" e 1/2 dúzia de moleques inconseqüentes tive que tomar estas ações.

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